Dr. Elias David Neto é médico nefrologista, responsável pelo setor de transplantes de rins do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo e membro do corpo clínico do Hospital Sírio-Libanês.
Tráfico de órgãos
Drauzio – Algumas vezes, os jornais veiculam notícias sobre o tráfico de órgãos. Isso de fato acontece?
Elias David Neto – O governo americano comandou uma investigação em vários países do mundo para averiguar casos de rapto de crianças e adultos para a remoção de órgãos que culminou num documento chamado “Rapto de Crianças para Transplante – uma Lenda Urbana Moderna”.
Nesse documento, o investigador do FBI relata que a mesma história é repetida igualzinho em todos os países. Alguns jornalistas sequer mudam o nome das personagens. O João brasileiro é o John americano e o Juan espanhol; a Maria do Brasil é a Mary dos Estados Unidos e a Marie da França. O rapto de pessoas para extrair seus órgãos é a lenda urbana moderna.
Denúncias sem comprovação sobre o trafico de órgãos geram desconfiança na população e espalham o medo de que o sistema não funcione. O Sistema de Transplante Brasileiro é transparente e um dos mais confiáveis do mundo. Nunca houve em nenhuma delegacia do país relato, notificação ou registro de alguém que tivesse sido raptado e devolvido depois sem um órgão.
Fala-se muito em tráfico de órgãos. Isso não existe como não existe a possibilidade de furar o sistema de lista única. Desafio um jornalista investigativo a demonstrar que pode furá-la. Desafio-o também a tornar público o resultado de sua investigação, qualquer que seja ele. Por certo, isso incentivaria e muito a doação de órgãos.
Drauzio – Há uma CPI em andamento sobre o tráfico de órgãos no Brasil.
Elias David Neto - No Brasil, está instalada uma CPI sobre o tráfico de órgãos que na verdade investiga o tráfico de pessoas. Se alguém sai do país para doar um órgão em outro lugar em troca de vantagens não é responsabilidade do Sistema Nacional de Transplante. Foi uma decisão individual e particular, embora faça parte do tráfico que corrompe as pessoas.
Minha esperança é que essa CPI investigue fundo e, se a conclusão for que não há tráfico de órgãos, a imprensa seja convocada para divulgar os resultados porque assim estará contribuindo positivamente para a transplantação brasileira de órgãos .
Entrevista dada ao site de Drauzio Varella, aquele médico-apresentador.
http://drauziovarella.ig.com.br/entrevistas/trins9.asp
Estranho que não há data informando quando esta entrevista foi feita.
Indiferente ao período, o site de um médico entrevistando outro nos levaria a crer que a responsabilidade sobre o assunto tratado seria no mínimo maior, mas não foi, citando Hoax como referência para um assunto tão delicado é o sinal amarelo.
E foi além, na arrogância de quem conhece os rumos das investigações no país, desafia que a CPI dos órgãos apontaria culpados, profetizando.
Caro Sr. Elias, o responsável pela CPI do tráfico de órgãos, Paulo Airton Pavesi, hoje é asilado humanitário na Itália, justo porque todos seus direitos foram ignorados, porque a classe médica só se une pra negar erros e proteger seus membros, e a justiça, mesmo com todas provas em mãos se recusa a condenar seus pares. E o Sr. colabora ainda mais com esta perspectiva, negando por negar, sem nenhuma consciência da realidade sobre fatos que nós conhecemos bem. Mas claro, se não saiu na imprensa, para o Sr. é falso. Tenho a denúncia da OEA contra o Brasil, quer uma cópia?
Deve estar sem ler alguns jornais, pois no Rio de Janeiro, a furação de fila de transplantes foi provada. E agora Sr. Elias, o que o tens a dizer, se é que tens algo que não seja o abominável negar por negar, afinal médicos são médicos oras...
Vale lembrar ao leitor, que o tráfico de órgãos no Brasil é realizado por médicos, não por ladrões desqualificados, advogados, juristas ou agentes de turismo. Médicos igual ao Sr. Elias, sempre ligados ao sistema de transplantes. Sua defesa irrestrita, plural e jocosa de uma situação gravíssima que envolve sua profissão é um dilema sobre o que pensar. Coorporativismo é o que vem na minha cabeça, o resto é impublicável.
Michel
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Que babaca..
Este doutorzão não sabe do que fala, ou faz igual a imprensa, confunde a cabeça dos outros tentando negar o inegável. Babaca.
O Fernandinho beiramar também nega que é traficante de drogas, e nem por isso deixou de ser preso.
A questão é bastante simples. Elias David Neto está amparado pelo Ministério Público e graças a este apoio, ele pode fazer o que quiser. Lamentável é ver que outro médico como o ator da globo, Drauzio Varella permite que seu espaço seja usado para defender este tipo de criminoso.
Postar um comentário