ROMA - O ministro do Interior italiano, Roberto Maroni, afirmou nesta sexta-feira que "existem evidências" de tráfico de órgãos de imigrantes menores de idade, que "estão ou foram localizados na Itália".
Em discurso durante a assembleia anual do Fundo para a Infância das Nações Unidas (Unicef), em Roma, o ministro explicou que para enfrentar o problema será aplicada "a execucao do acordo internacional que dá à Itália acesso ao banco nacional de dados de DNA, conectados a países europeus e não-europeus".
Segundo o ministro, com este instrumento será possível comprovar melhor a existência da prática. Maroni também comentou o problema enfrentado pelo governo italiano na ilha siciliana de Lampedusa, considerada a 'porta de entrada' da Europa para imigrantes ilegais africanos e onde o Centro de Primeira Acolhida está superlotado.
- Ninguém será repatriado - disse Maroni, explicando que para conter o excessivo número de imigrantes na ilha, foram realizadas transferências para outras comunidades de recepção.
- Existe uma colaboração muito eficaz com todas as regiões da Itália para designar famílias que possam cuidar desses menores melhor - afirmou o ministro.
Por outro lado, a ex-presidente da Comissão Parlamentar para a Infância Maria Burani Procaccini revelou que "cerca de 60 mil vítimas do tráfico de órgãos no mundo são originárias do Brasil, Sri Lanka, Congo e Tailândia".
- É um negócio de 1,2 bilhão de euros, um escândalo que justifica a intervenção de Maroni e do governo [do premier Silvio] Berlusconi - disse Maria Burani, que classificou o fato como "uma vergonha que ofende a humanidade".
As informações são da Ansa.
Fonte: O Globo
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